RESUMO CRITICO DO LIVRO A PRÁTICA DA PESQUISA

No livro “A prática da pesquisa” do autor Cláudio de Moura Castro, encontram-se algumas características e concepções sobre a epistemologia da ciência como prática de pesquisa. Obedecendo a uma estrutura lógica e cientifica de pensamento. Distingue o conteúdo cientifico de outras atividades. Além disso, mostra exemplos de como a pesquisa num determinado momento pode apresentar julgamentos de valor, deslizes e tautologias. Em suma apresenta um conjunto de metodologias que os cientistas principalmente os sociais devem observar para compreender a realidade social, já que se trata de estudos dos fenômenos sociais, em que o próprio cientista está inserido. Dando aos alunos de Ciências Humanas uma aprendizagem de técnicas e método de pesquisa cientifica para a elaboração de monografias.

Prosseguindo a discussão sobre a prática da pesquisa, nota-se que o cientista inventa teorias, mas não inventa resultados, quando parte para o estudo de certo objeto, carrega consigo teorias já apreendidas na formação acadêmica- liberdade de criar- porém os resultados não podem ser cogitados sem embasamento cientifico. Pelo fato do cientista está imerso no meio social, as emoções e persuasões são motivações para o ponto de partida, mas não pode interferir nos resultados da pesquisa, é indispensável manter a originalidade cientifica. As teorias são modificadas constantemente- a realidade é dinâmica- no entanto, os dados encontrados pela pesquisa não as substituem. Opinião e crença não é um discurso cientifico, pois no mundo real não é comprovadas cientificamente, além de violar as regas metodológicas.

Aristóteles indubitavelmente foi o pioneiro da ciência, utilizou a biologia para classificar os dados científicos, classificar é apenas um dos processos científicos, é necessário generalização, leis e fórmulas, para a comprovação dos fatos. Com isso, o cientista terá economia de informações. Padronizar os procedimentos de observação e comunicação são imprescindíveis para a linguagem cientifica. Para a ciência só é válida uma pesquisa se certos números de investigadores fizerem as contradições que verifique se tal linguagem é metodologicamente lógica. À ciência deve manter distanciamento do conhecimento leigo ou cotidiano, são contaminados por valores e preconceitos. Os investigadores restringem o sentido da palavra, cuja mesma palavra pode ter outro significado, havendo deslize na pesquisa.

À ciência é uma ferramenta para compreender o mundo que nos cerca, traduzir a idéia central numa linguagem mais simples. A observação cientifica capta o erro na pesquisa e está preocupada em controlar a qualidade do dado e como foi obtido. Para a lógica da ciência, o cientista deve fazer as diferenças entre os tipos de conhecimentos: Teológico, Filosófico e o Cientifico, que por sua vez, traz confiabilidade para a pesquisa. A metodologia cientifica é uma arte onde cientista é o artesão, que trabalha delicadamente para a construção do conhecimento lógico.

À ciência moderna surgiu com dois pensadores que deram sua contribuição para a pureza metodológica: Bacon-método indutivo, evidência empírica, observação da natureza; René Descartes - método dedutivo (raciocínios abstratos), enquanto, o primeiro vai observar e propor caminhos para a ciência, o segundo brinca com as teorias e depois vai atrás dos dados. A ciência economiza descrições, substituindo-as por regras, princípios e leis. A realidade é observável, que o cientista controla os métodos de pesquisa para a validação dos resultados, controlar tais, pertence ao caráter cientifico. Definir momento e local são importantes para o investigador. Não há fato sem teoria nem teoria sem fato, pois a teoria dá sentido e descreve os fatos de uma forma sistemática. Os resultados de uma pesquisa não podem ser influenciados e controlados pelos pesquisadores, conhecer o limite da ciência é importante, além do mais, não se pode inventar dados, esconder informações, falsificar estatísticas, copiar trabalhos dos outros sem dar créditos, a dicotomia do processo sujo e limpo são fundamentais para não contaminar o produto final.

Os neopositivistas defendem a pureza da ciência em dualidades: factuais-conceitos substantivos da ciência; lógicos-definições claras e sem ambigüidade. O objetivo da ciência é descrever a realidade de forma objetiva e eficiente. Alguns pensadores utilizaram como forma de conhecimento o método dialético: Tese, Antítese e Síntese. Para tais, a filosofia apenas livraria a ciência da metafísica. O investigador deve ter respeito à neutralidade, evitando com isso proposições imprecisas ou frouxas, transmitidas pelos julgamentos de valor ou ideologias.

Os critérios de verificação afirmam o que não sabemos, os da falsificação (Karl Popper) afirma o imaginado e a análise da linguagem (Jonh Wilson):

1- “conhecer o que quer dizer o enunciado, 2- conhecer a maneira correta de verificá-la, 3- dispor de evidência suficientemente boa para que possa ser acreditado.”(p.47).

Um ponto fundamental que leva o cientista a trabalhar certo tema são seus próprios valores, que segundo Max Weber deve ser remediado da compreensão do social, ou seja, separação do homem da ciência do homem de valores. Contudo, numa pesquisa cientifica o pesquisador deve tomar cuidado com os disfarces das tautologias, as hipóteses escorregadias e as grandes teorias, já que a descoberta é fruto do sonho, da imaginação e da criatividade. Os critérios para a escolha do tema são particularmente determinados pela convivência do investigador na comunidade social.

A classificação da pesquisa depende da aplicabilidade, originalidade da contribuição, da complexidade da estrutura teórica e do entrelaçamento de variáveis. Diferenciar pesquisas: aplicada e fundamental faz parte do trabalho que antecede os projetos e planos da pesquisa final, enquanto, uma dar um estudo sistemático para resolver problemas concretos, a outra é apenas curiosidade intelectual. A pesquisa cientifica elimina os falsos caminhos (intervenções).

Diante de todos os métodos de pesquisa apresentados neste trabalho, as pesquisas qualitativas e quantitativas são sem sombra de dúvida as que mais se complementam. Cada uma chega onde a outra não consegue chegar. O autor conduz seu texto com uma forma morfológica desenvolvida de forma a mostrar ao leitor as diferenças entre as duas, feito de tal forma em que possam ser compreendidas com clareza. Até aqui tudo que se construiu nos textos comentados desaparece, já que quando se fala em pesquisa qualitativa falamos de uma “soberana”.

Soberana porque tem vida própria e atua em territórios inexpugnáveis para métodos quantitativos. As grandes teorias da educação são puramente qualitativas, desde Montessori a Vygotsky.

Já a ciência quantitativa oferece certezas e alcances que a qualitativa não tem. O pesquisador quantitativo tem algumas características inconfundíveis como:

Ter uma preocupação obsessiva em controlar variáveis para melhor entender o impacto isolado de cada uma delas;

Não se contentam com pouco, sempre em busca de leis gerais;

O quantitativista exorciza a complexidade.

É visível que diante de tudo que foi apresentado, reforçamos o que foi visto no texto, a importância das pesquisas quantitativas e qualitativas.

Visando um maior entendimento das questões, o autor separou cada pesquisa comentando e apresentando todos os métodos e técnicas de cada uma.

Documentos, observação passiva, entrevistas, grupos de discussão, observação participativa, são alguns dos métodos qualitativos, mas o método mais complexo é o trabalho com números, este precisa de um estudo avançado e bem cuidadoso, pois uma pequena falha pode botar todo um trabalho a risco.

Nas ciências sociais a pesquisa quantitativa é a mais usada, seus métodos complexos e interrogativos se correlacionam com as idéias dos estudiosos da área.

Uma pesquisa tem que ter um tempo de vida em que não sacrifique o conteúdo, o autor é bem claro com as informações, mostra o que é preciso para se ter um conteúdo bem trabalhado e um resultado satisfatório, onde seja claro para todos os que têm acesso às informações.

Pesquisas de qualquer tipo têm que ser bem claras, mostrar o resultado com firmeza sem ou com baixa margem de erro, para que possa ter uma credibilidade dos que a usaram como meio de informação. É importante ressaltar que é um trabalho neutro, pois o resultado de uma pesquisa pode ter impactos fortes, tanto positivamente como negativamente. Em geral, os objetivos de uma pesquisa devem determinar sua natureza e não o contrário.

É de conhecimento geral, que crenças e religião influenciam os leitores. E uma boa pesquisa deve ser desenvolvida no intuito de mostrar a verdade independentemente da opinião das pessoas. Sua responsabilidade é informar com clareza, mas, se suas informações vão ser discutidas, trabalhadas e aceitas cria com isso um campo de discussão para metodologia da pesquisa.

Tudo que foi lido e discutido até este ponto nos faz concluir que uma pesquisa de qualidade não pode fugir do roteiro, deve ir desde o que quer descobrir, até seu relatório final. Tudo feito com clareza e imparcialidade, estabelecendo um resultado justo e claro e de impacto significativo diante do que se esperava da mesma.

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