Pesquisa desenvolvida pelos estudantes do 5º semestre de Ciências Sociais da Universidade Federal de Alagoas. Autores: Wanderson Gomes; Willander Nascimento. O Tudo Azul é um bloco de rua alagoano, mais precisamente proveniente da cidade de Murici, interior que fica, mais ou menos, uns 45 km da capital. O Tudo Azul foi um bloco fundado em 1944 e é hoje um dos maiores blocos de rua do estado de Alagoas com a média de 30 mil foliões. Mas o principal aspecto das festividades carnavalescas são as modificações nas rotinas dos indivíduos que delas desfrutam. O interior perde sua característica de interior e ganha nova identidade. Seus habitantes, dias antes do bloco sair, modificam suas atividades rotineiras, se preparam. Construindo um ritual que perdura por décadas e que são transmitidos de geração em geração. Os processos históricos naturalmente nos revelam mutações nos rituais criados pelo próprio homem. Tais rituais concentram em si uma necessidade fundamental de existência: de se fazer sentir; de se fazer notar; de se eternizar ações. Perdurando dentre as posteriores gerações. As mutações desenvolvem-se de acordo com as condições existenciais de cada ser, mas concentra sua força na coletividade. Transformando assim as atividades de um determinado grupo adaptável no seu estado comum. Assim a coletividade age como modelador de suas relações com o meio, e de suas práticas rotineiras, onde através de seu fator ativo nas demais camadas sociais consegue influenciar um indivíduo, que passará a adequar-se aos novos mecanismos desenvolvidos pela maioria. Desta forma, a referente pesquisa transcende a uma mera reflexão sobre um bloco carnavalesco, ela tem como núcleo um desses importantes ritos mantidos pela coletividade: O CARNAVAL. E sua proposta é analisar as mutações causadas por essa mesma coletividade na tentativa de adaptar-se a relativos contexto históricos, ou seja, vamos percorrer historicamente pelo carnaval da época lúdica ao tempos modernos. Esta observação nos remete analisar as expressões populares atuais não esquecendo seus processos históricos que modificaram a forma, o modelo, os objetivos e consequentemente o próprio carnaval. De acordo com a seguinte pesquisa, temos o objetivo de discorrer sobre um conceito que remete a uma detalhada explicação dos papeis exercidos pela massa no período carnavalesco, o conceito da pseudo-liberdade. Durante o carnaval, fazendo valer das abordagens de Roberto Da Matta, os papeis socialmente construídos se invertem. A ordem social e colocada em segundo plano, a interação da festa imprime um sentimento de ``liberdade`` nos indivíduos. O próprio sentimento de liberdade, com tempo limitado, exerce um poder implícito que atua como mecanismo de conformidade na população; caracterizando assim, o que entendemos por pseudo-liberdade.
0 comentários:
Postar um comentário